Aqui há uns dias lembrei-me de algo bastante interessante. Jogo futebol desde muito pequeno, sempre foi o meu grande vício, e já vão uns anitos desde que esfolei o primeiro joelho. O exercício mental a que me dediquei durante uns 3 ou 9 minutos foi de criar dois onzes (um 22, portanto) com os maiores craques que tiveram o gosto (e que gosto!) de trocar umas bolas comigo.
Por uma questão de justiça e equilíbrio, o encontro seria disputado em campo neutro, no velhinho Highbury Park, e seria uma espécie de Gerês vs. Resto do Mundo, ao melhor estilo dos jogos organizados pelo Zidane e pelo Figo (que não têm lugar as minhas equipas). Eu daria o pontapé de saída e dirigir-me-ia para o camarote presidencial, onde o meu grande amigo Luís Filipe Vieira me esperaria para desfrutarmos de tal encontro de astros.
As equipas alinhavam em 4-4-2 (losango, claro), sem grandes preocupações defensivas e com algumas adaptações circunstanciais, e o speaker (do Estrela, obviamente) dava as equipas iniciais escolhidas pelos saudosos José Lobo e Carlos Mangas:
Gerês:
GR: Hélder (mudou de clube recentemente)
DD: Pedro Carvalho
DE: Ângelo Silva
DC: Firmino Capela
DC: João Dias
MC: Miguel Teixeira (nitidamente na fase descendente da sua carreira)
MD: Márcio Gonçalves (o Quaresma de Chã-de-Ermida)
ME: Ricardo Capela (seria substituído no decorrer do jogo, depois de mais uma lesão no joelho esquerdo)
MO: Serafim Alves (pediu por 2 vezes um prato de moelas, o que o árbitro recusou)
AV: Batista
AV: Francisco Araújo
Resto do Mundo:
GR: José Carlos (perdido no 1º ano de um qualquer curso universitário)
DD: Ricardo Picão (conhecido e renomado engenheiro civil)
DE: Mickael
DC: Nuno Esteves (mais tarde opta por uma carreira no Rugby e na Medicina)
DC: Mário Rui
MC: Carlos Gonçalves
MD: Bruno Gama (recente vencedor da Taça-que-ninguém-Liga)
ME: Gonçalo Marques
MO: João Martins (procura-se, dead or alive)
AV: Bruno Filipe (a fazer furor na Liga Vitalis)
AV: Bruno “Xano” Braga
Penso em todos estes craques e comovo-me, novamente. Revejo, como tantas vezes em anos anteriores, mais uma grande jogada individual do tecnicista Batista, um passe a rasgar do Miguel, e um cruzamento perfeito do Pedro. Do outro lado vejo a acutilância do lateral moderno Picão, e a perícia na finalização do Xano.
O resultado? Um “empate-com-sabor-a-vitória”, 4-4, com o último golo a ser apontado aos 90 minutos por Miguel Teixeira, de livre directo, e após a bola descrever um arco sobre a barreira, perante o impotente guardião contrário.
De seguida, e porque "quem não é pra comer não é pra trabalhar", seguimos para um delicioso repasto.